quarta-feira, 9 de maio de 2012

E eu Tenho duas Mães que coabitam dentro de mim


Como é difícil nos avaliarmos no desempenho de um papel tão importante, mas constato que na verdade sou duas mãe  absolutamente diferentes entre si,cheias de erros e acertos, que talvez a única coisa em comum é um amor descomunal pelos seus filhos. Uma é a mãe da Zebra, a outra é a mãe das crianças. Sei que isto causa uma ciumeira duzinferno e não sei se é correto, mas é assim que rola e sou sincera demais com meus filhos para fazer tipo e fazer de conta que sou a mesma para os três.

A mãe da Zebra, sempre foi hiper exigente com uma serie de coisas... ela sempre teve que ser super educada, a alimentação muito controlada,  cobrança com os estudos sempre foi rígida, confesso que com ela sou muito mais ditadora do que gostaria, apesar de acreditar que a conversa exaustiva é o melhor caminho, sempre rolou momentos de autoritarismo extremo, não sei se o fato de tê-la criado sozinha fez com que eu ME cobrasse demais e acabasse transferido esta cobrança para ela, afinal tinha que provar que era capaz de dar conta sozinha... qualquer deslize seria um fracasso apenas MEU. Entretanto contraditoriamente, ela sempre pode e sempre conversou sobre TUDO comigo, não que eu fosse a melhor amiga dela, nunca fui e nunca vou ser: SOU MÃE, amigas ela vai fazer vida a fora mãe será sempre UMA... Sempre soube que por menos que eu concordasse iria respeitar, sem, entretanto permitir... Acho que aceitei, tivemos nossa prova de fogo ano passado, claro que ouve mágoas, afinal pais e filhos são humanos e faz parte das relações profundas, mas apesar de hoje ela estar em Brasília o AMOR e a relação sólida construída ao longo dos anos prevaleceu, e apesar da saudade os 1200KM não impedem de termos uma relação de mãe e filha, onde rola além da cumplicidade, esporro e castigo.

A mãe das crianças já é uma mãe mais relax, a cobrança não é tão pesado, as regras são mais flexíveis e tenho que confessar que muitas vezes eles me levam no papo... Como toda mãe me preocupo com a alimentação, mas aprendi que comer besteira faz parte da vida, e não acrescento um cabelo  branco quando em pleno dia de semana HL cisma que não quer comer e passa um dia inteiro a base de cheetos, miojo e nuggets... Sei que no dia seguinte ele vai compensar acabando com todas as frutas da fruteira. E se pode rolar pastel com Coca cola numa janta de quarta-feira, também é normal uma bela massa com brócolis em pleno domingão...

A Mãe das crianças também tem mais tempo, já é uma profissional reconhecida em sua área e não precisa correr atrás feito uma louca para se firmar profissionalmente, e se dá ao luxo de cabular trabalho no meio da semana para ficar de chamego, ou brincando de cocequinhas embaixo do cobertor num dia frio de inverno... Mas em compensação só a mãe da Zebra praticou cama compartilhada até os 8 anos da pequena quando a mãe casou novamente ( e até hoje  de vez em quando o marido é expulso da cama para que eu possa dormir  sentindo o cheiro gostoso que só as zebras quadriculadas possuem).

 Mas estas duas mães que coabitam na minha vida também são capazes de intercambiar experiências, e se a mãe da zebra ensina para a mãe das crianças que muitas vezes vale a pena pegar pesado e colocar de castigo até completar 40 anos, a mãe das crias aprendeu que pode e VAI errar, não uma nem duas, mais inúmeras vezes... E que o ideal é o caminho do meio.... Estou em busca dele, muitas vezes caio para o 20, outras descambo para o 60, pouquíssimas vezes me mantenho no 44 mas me orgulho de nunca ter pego o caminho do 8 menos ainda o do 80.

E no meio de tantas diferenças, o tamanho e a qualidade do amor são os mesmos, cada um expresso em uma forma, cada qual com suas cores e dores mas sempre com a certeza que só depois de ter parido cada um deles alcancei a plenitude e pude experimentar o verdadeiro poder do amor.


Um comentário:

  1. Sabe, amiga, acho que você é mais do que duas mães.
    Acho que você é três, e se tiver outro filho será quatro, e assim segue.
    Li em algum lugar que cada vez que nasce um filho, nasce também uma mãe.
    Acho que é o natural, são épocas, vivências, experiências, tudo diferente.
    E assim, a cada filho que vem, tem uma pessoa diferente segurando aquele bebê nos braços.
    Mas uma, duas, três ou quarenta e sete, desde que você seja uma MÃE de verdade (e sei que é), isso basta pras crias.

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Apesar de falar mais do que o homem da cobra, adoro quando vc também consegue falar! Então saí da moita e Pitaca a vontade...