Como é difícil
nos avaliarmos no desempenho de um papel tão importante, mas constato que na
verdade sou duas mãe absolutamente
diferentes entre si,cheias de erros e acertos, que talvez a única coisa em
comum é um amor descomunal pelos seus filhos. Uma é a mãe da Zebra, a outra é a
mãe das crianças. Sei que isto causa uma ciumeira duzinferno e não sei se é
correto, mas é assim que rola e sou sincera demais com meus filhos para fazer
tipo e fazer de conta que sou a mesma para os três.
A mãe da
Zebra, sempre foi hiper exigente com uma serie de coisas... ela sempre teve que
ser super educada, a alimentação muito controlada, cobrança com os estudos sempre foi rígida,
confesso que com ela sou muito mais ditadora do que gostaria, apesar de
acreditar que a conversa exaustiva é o melhor caminho, sempre rolou momentos de
autoritarismo extremo, não sei se o fato de tê-la criado sozinha fez com que eu
ME cobrasse demais e acabasse transferido esta cobrança para ela, afinal tinha
que provar que era capaz de dar conta sozinha... qualquer deslize seria um
fracasso apenas MEU. Entretanto contraditoriamente, ela sempre pode e sempre
conversou sobre TUDO comigo, não que eu fosse a melhor amiga dela, nunca fui e
nunca vou ser: SOU MÃE, amigas ela vai fazer vida a fora mãe será sempre UMA...
Sempre soube que por menos que eu concordasse iria respeitar, sem, entretanto
permitir... Acho que aceitei, tivemos nossa prova de fogo ano passado, claro
que ouve mágoas, afinal pais e filhos são humanos e faz parte das relações
profundas, mas apesar de hoje ela estar em Brasília o AMOR e a relação sólida construída
ao longo dos anos prevaleceu, e apesar da saudade os 1200KM não impedem de
termos uma relação de mãe e filha, onde rola além da cumplicidade, esporro e
castigo.
A mãe das
crianças já é uma mãe mais relax, a cobrança não é tão pesado, as regras são
mais flexíveis e tenho que confessar que muitas vezes eles me levam no papo...
Como toda mãe me preocupo com a alimentação, mas aprendi que comer besteira faz
parte da vida, e não acrescento um cabelo
branco quando em pleno dia de semana HL cisma que não quer comer e passa
um dia inteiro a base de cheetos, miojo e nuggets... Sei que no dia seguinte
ele vai compensar acabando com todas as frutas da fruteira. E se pode rolar
pastel com Coca cola numa janta de quarta-feira, também é normal uma bela massa
com brócolis em pleno domingão...
A Mãe das
crianças também tem mais tempo, já é uma profissional reconhecida em sua área e
não precisa correr atrás feito uma louca para se firmar profissionalmente, e se
dá ao luxo de cabular trabalho no meio da semana para ficar de chamego, ou
brincando de cocequinhas embaixo do cobertor num dia frio de inverno... Mas em
compensação só a mãe da Zebra praticou cama compartilhada até os 8 anos da
pequena quando a mãe casou novamente ( e até hoje de vez em quando o marido é expulso da cama
para que eu possa dormir sentindo o
cheiro gostoso que só as zebras quadriculadas possuem).
Mas estas duas mães que coabitam na minha vida
também são capazes de intercambiar experiências, e se a mãe da zebra ensina
para a mãe das crianças que muitas vezes vale a pena pegar pesado e colocar de
castigo até completar 40 anos, a mãe das crias aprendeu que pode e VAI errar,
não uma nem duas, mais inúmeras vezes... E que o ideal é o caminho do meio....
Estou em busca dele, muitas vezes caio para o 20, outras descambo para o 60,
pouquíssimas vezes me mantenho no 44 mas me orgulho de nunca ter pego o caminho
do 8 menos ainda o do 80.
E no meio de
tantas diferenças, o tamanho e a qualidade do amor são os mesmos, cada um
expresso em uma forma, cada qual com suas cores e dores mas sempre com a
certeza que só depois de ter parido cada um deles alcancei a plenitude e pude
experimentar o verdadeiro poder do amor.
Sabe, amiga, acho que você é mais do que duas mães.
ResponderExcluirAcho que você é três, e se tiver outro filho será quatro, e assim segue.
Li em algum lugar que cada vez que nasce um filho, nasce também uma mãe.
Acho que é o natural, são épocas, vivências, experiências, tudo diferente.
E assim, a cada filho que vem, tem uma pessoa diferente segurando aquele bebê nos braços.
Mas uma, duas, três ou quarenta e sete, desde que você seja uma MÃE de verdade (e sei que é), isso basta pras crias.