terça-feira, 8 de maio de 2012

Madrasta, mádrasta e a quarta ponta da relação, também chamada Mãe


 Hoje lendo o blog da Lorena, me peguei pensando nas madrastas... Tá mas aí vc pode pensar, uê não é ela quem sempre falou que achava que não conseguiria ser madrasta nunca? Pois é, continuo fazendo esta afirmação, mas apesar de admitir minha incapacidade de assumir tal papel e de nunca ter tido madrasta, posso falar de cadeira, vivo a ‘quarta ponta’ da relação há 17 anos.

Me separei do pai da Zebra quando estava grávida, e quando ela tinha 3 meses ele começou a namorar sério a P., e foi amor a primeira vista! Logo no inicio do namoro ela fez questão de conhecer a Zebra, e já no final de semana seguinte pediu para ser levada a minha casa! OPA ! Pensei eu hormonalmente alterada, será que esta guria quer marcar território e me afrontar? Como fui BURRA! Ela queria apenas que eu visse com os meus olhos a ternura com que segurava minha filha em seu colo e acalmar meu coração de mãe... E durante os 3 anos que ela namorou com o pai da zebra foi a melhor de todas as madrastas! Cobrava que ELE fosse presente na vida da filha, se preocupava com o bem estar da minha pequena e eu ficava absolutamente em PAZ quando a pequena estava com eles, tanto que quando a pequena tinha 8 meses permiti que viajassem com ela e passarem 1 mês inteiro fora!E diariamente P. me ligava me dando relatórios sobre a pequena e colocando o fone no ouvidinho para que ela não esquecesse a voz da mamãe. Tinha a certeza do amor que era dedicado a minha filha, e em momento algum P. tentou ocupar o lugar de mãe na vida da minha filha. Conhecia seu papel de madrasta e o cumpriu com perfeição!  Mas um dia ela cansou das intromissões da cobra, quer dizer sogra e terminou a relação.

Depois de um ano na ‘guerra’, aparecendo muito menos do que antes, o pai conheceu a Atual esposa, e curiosamente SUMIU... Durante meses não deu sinal de vida até que na véspera do aniversário de um amigo em comum ele telefona, quer saber se eu vou à festa e justifica que só quer saber por que a namorada NÃO SABE da existência de nossa filha! Alega que ela não entenderia, e que não quer deixá-la numa situação constrangedora!!! Solto todos os bichos em cima dele e não respondo a pergunta tão abusada! Cerca de 2 meses depois é época de natal e finalmente ele resolve que está na hora de apresentar as duas...Fiquei com o  coração na mão mas permiti o encontro, afinal ele é PAI dela e ainda não sirvo para alienadora, animo a pequena, que quase estoura de alegria pelo encontro com o pai depois de mais de 6 meses de ausência absoluta. Na volta do encontro a pequena Zebra chega cabisbaixa e tristonha e num choro contido pergunta porque a Tia A. não gostou dela. Antes mesmo de tentar entender a situação acalanto minha filha e consolo alertando que a Tia A. não é a Tia P. que cada uma demonstra carinho de uma forma, e que ela não deu chance de conhecer direito a Tia A..

Mas novamente meses se passam, e o pai some no natal, ano novo, aniversário e páscoa... Ligo para questionar o motivo e ele alega que não tem como encaixar a filha nos programas com a namorada. Perto do casamento dele, eu procurei a madrasta, abri meu coração, falei como mãe, como filha e como mulher, recebi em resposta que ela nunca aceitaria dividi-lo com outra mulher, mesmo que fosse a filha...E a relação das duas há mais de 10 anos se estende desta forma, a competição entre elas é clara é acirrada, com isto o pai se afastou cada vez mais e hoje é uma figura que aparece, telefona cerca de duas vezes ao ano. E quanto se encontram só conseguem ter uma relação próxima de pai e filha quando a madrasta não está por perto.

Hoje, já quase mulher de 17 anos a Zebra faz de conta que não liga, que não se fere, mas é nítido a  magoa e a tristeza quando por algum motivo o nome do pai vem a tona, e qualquer um percebe o quanto esta não relação a machuca, principalmente porque vem de uma família onde FILHO é PRIORIDADE absoluta, com homens realmente comprometidos no papel de PAI.

Como a quarta ponta da relação, não consigo achar justo. Claro que mulher nenhuma é obrigada a aceitar e a gostar de filhos que não são seus, mas  não acho certo que se envolvam com homens que tem filhos. EU NÃO ACEITARIA ,logo nunca me envolvi em uma relação ‘com bagagem’, não seria capaz de separar um pai de seus filhos, até porque isto é impossível. Passado não se apaga, então ao primeiro sinal de fraldas ou mamadeiras eu pulava fora! Acredito sinceramente que a madrasta pode sim contribuir muito para a formação de uma criança, e que tem tanto a dar quanto a receber nesta relação, e talvez a maior prova disto é que até hoje a zebra lembra da P., tem flashes de passeios que fizeram juntas e não raro a vejo namorar as fotos das 2 e vira e mexe a pego tentando conseguir o contato da P. para matar as saudades.... 
A. só perdeu, pois mesmo sem aceitar e dificultando ao máximo o contato sempre teve que conviver com a pior das relações... As que mantemos com os fantasmas do nosso passado.

 Nesta semana do dia das mães quero aproveitar para parabenizar as madrastas de verdade, mulheres como a Lorena e como a P. que sabem que seus amores só são completos com todo seu passado. Mulheres que amam e educam, que mesmo sem terem gerado são capazes de colocar as prioridades dos ‘filhos’ em primeiro lugar sem nunca tentarem ocupar o papel de MÃE.

Agora Imagina a pobre criança neste furdunço

6 comentários:

  1. oi..achei lindo isso. A p deve ser muito boa pessoa. Existem madrastas boas. O meu tio vai na terceira mulher. Com todas, teve filhas..tem 1 filho e 4 filhas. A minha prima mais nova, dá-se bem com a primeira mulher do meu tio, com os três primeiros filhos do meu tio, e os filhos mais velhos do meu tio dão-se muito bem com a mulher do meu tio. A que foi segunda companheira do meu tio, como estava com raiva ( e deve continuar ), no dia do funeral do meu avô, almoçou com a primeira ex-mulher do meu tio, e sempre falou mal da primeira ex-mulher. O meu tio é um excelente Pai. Quando saída de uma relação, pegava só no saco da roupa e saía de casa. Não entrava na onda de repartir bens, nem nada. Nunca criou conflitos ás ex-mulheres. Mas existem madrastas boas, como também existem madrastas más. há de tudo neste mundo. Porque a tratas por Zebra. não tem nome a tua filha ? sim, eu entendo que Zebra seja nome carinhoso. beijos

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  2. Cara, a atitude da madrasta não me assusta tanto quanto a do pai. Não entendo mesmo como pode abrir mão de uma filha, sei lá, pra mim é tudo muiyo estranho

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  3. Concordo contigo Gi, mas infelizmente pelo que vejo a maior parte dos homens se deixa levar pela forma que a mulher escolhe enfrentar este tipo de problemas. Obveeeo que o grande responsável é ELE, mas não dá para negar que a madrasta pode ajuda ou atrapalhar muito.

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  4. Poxa, amiga, coitada da Zebra.
    Deve ser dureza, mesmo, ter que agir como se tudo estivesse bem quando a verdade é que não está.
    Concordo plenamente com a Gi, que a grande responsabilidade é dele, afinal a mulher é dele.
    E outra, ele é que optou por não contar que tinha uma filha antes de se envolver. Colocando-se no lugar dela, a gente chega a ver que realmente a situação não é fácil pra ninguém, além, talvez, daquele que criou o furdunço.

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  5. Nossa Roberta, sei e entendo bem cada palavra sua deste post. Meus pais se separaram quando eu ainda tinha 5 anos e a namorada dele era uma madrasta perfeita, cuidava de mim, me mimava, um amor!Daí, depois que meu pai terminou com ela e arrumou outra SUMIU, isso mesmo..ele nem liga 2 vezes ao ano não, ele sumiu mesmo!Só rindo..não tenho a menor ideia se meu pai tá vivo ou morto...triste.
    Que Zebra entenda que ele que está perdendo a maravilha da CONVIVÊNCIA com uma filha como ela.
    Bjs!
    Mãe do Theo
    #amigacomenta

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  6. Humm obrigada!!!
    Ai amiga, é tudo tão dificil.
    tao delicado, mas acho que o pai é quem da o ritmo da relaçao, sabe? Nao que eu nao seja gente boa, eu sou. mas EU SEMPRE soube que nos fins de semana alternados eles sao a prioridade. Ou seja, desde o inicio Marcio deixou isto bem claro. Entao eu só tive que me adequar. Na minha defesa, eu gosto de crianca, pra mim nao teve muito problema.
    Bom, sobre competiçao: é assim, eu me policio o tempo inteiro. Por exemplo, eu vou sair , cuidar, brincar mas não sou mae. Entao, claro que a dedicação maior nao é minha, certo?
    Outra coisa que foi dificil: dividir marido.
    Pode parecer egoismo, mas tb preciso me policiar neste aspecto sim. Ele não é mais " só meu".
    E, alem disso, eles tem os segredos deles, os momentos deles, as conversinhas de pai e filho..aí nestas horas eu vou pra internet, pro shopping, etc. Algumas eu ja participo. Em pouquissimos momentos eu me sinto, de fato, excluida.
    E no mais é bom, se todos souberem respeitar as regras de boa convivencia....
    Ah acredito sim, que a madrasta possa piorar ou nao esta relaçao. por exemplo: quando nos mudamos, eu tive um medo que eles nao se achassem donos da casa. Entao eles escolheram o quarto. Ajudaram a decorar. Abrem geladeira. Trazem os amigos. Riscaram a parede da varanda pra marcar a estatura. Me acordam pra pedir remedio da alergia...Ou seja, sem cerimonias.
    Acho que um passinho de cada vez, a gente segue na caminhada.
    Outro dia eu ouvi DO NADA : Voce nao é da minha familia!
    Ah, chorei tanto. fiquei magoada.
    Aí pensei, nenhuma criança pensa isto, ela repetiu o que ouviu por aí certo? Entao vamos esquecer porque eu nao faço gol contra não!!!

    Outra coisa: Tem mae que so dificulta tambem!!!

    Beijosss
    Adorei!

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Apesar de falar mais do que o homem da cobra, adoro quando vc também consegue falar! Então saí da moita e Pitaca a vontade...