Filha hoje você faz 4 anos e definitivamente deixa de ser um bebê, passa oficialmente a ser uma criança, mas você nunca será apenas uma criança, ou uma criança qualquer, você será sempre a minha ultima bebê... Sabe filha, saber que você viria a ser parte da nossa família foi um susto imenso, nós até pensávamos em ter nossa menininha, mas tínhamos acabado de chegar ao Rio, teu irmão ainda era um bebezico e a mamãe ficou apavorada, achava que não ia dar conta e chorou igual uma boba de medo, pânico, sei lá, estas besteiras da mãe que você tá cansada de saber...
Quando faziam apenas 12 semanas que você estava na barriga da mãe, em um exame de rotina, o único que a mãe foi sozinha, pois o papai estava ocupado resolvendo coisas da casa de Araruama com o maninho, veio a pior notícia, dada por uma médica completamente despreparada: Ela disse que você teria Sindrome de Down, e que o melhor a fazer era interromper a gestação... Mamãe saiu em prantos da Clinica, não conseguia lembrar nem o telefone do papai, e louca desvairada como sempre foi,andava pela estrada chorando, sem lembrar que a casa ficava a quilômetros de distancia e que ela mal andava 1000 metros sem colocar os bofes para fora... Mas Deus sempre cuidou de nós e o papai tinha resolvido ir ao centro e passava por ali na hora, choramos juntos filha, mas a única certeza que tínhamos era que interromper a gestação não era uma opção válida. Não tinha medo da deficiência em si, afinal o Tio Carlinhos é nosso grande exemplo de vida, mas tinha medo de ver vc sofrer, de você sofrer preconceitos... Naquela noite fomos à igreja, e juro que não me lembro de nada daquele culto, apenas de passar o tempo inteiro chorando e clamando que Deus te protegesse!
No dia seguinte mais calma, liguei para a Tia Bruna, médica e amiga da mamãe de Brasília, ela me acalmou, me orientou, pediu mais um monte de exames e cada vez que um exame vinha com a confirmação da Síndrome, era ela quem me tranquilizava e me dava colo, daí vc ganhou seu segundo nome, em homenagem a esta grande e linda mulher. A gestação foi passando e infelizmente filha, NADA foi tranquilo, no sétimos mês a mamãe teve a primeira crise de paralisia e fomos parar no hospital em Brasília, Os dois últimos meses foram difíceis, seu irmão queria atenção, a pressão da mamãe estava louca, o potássio baixíssimo, a mamãe chegava a inchar 30 kg em um só dia e a médica que acompanhava a mamãe aqui no Rio era uma louca furiosa. Infelizmente a mamãe não conseguiu curtir a tua gestação como queria e você merecia...
Três dias antes de você nascer, teu pai já estava alucinado e resolveu levar a mamãe para uma consulta de emergência em um hospital pouco conhecido, e como Papai do Céu, nunca nos abandou colocou nosso anjo em nosso caminho, o Dr. José Luiz. Na hora ele diagnosticou a pré-eclampsia, mas como existia a ‘quase certeza’ de que você teria síndrome de down, ele quis te proteger também, e pediu exames mais complexos para ver como você estava... E no dia 26 de Janeiro de 2008, às 7 horas da manhã, chegávamos na maternidade para enfim te conhecer... a ansiedade na sala de parto era grande, além da pressão maluca da mamãe que chegava à 26, a pediatra estava tensa com a sua saúde, seu pai segurava a minha mão e eu só pensava em ouvir teu choro...
E você chegou, chorando forte, teu pai correu para te ver, e quando enfim te colocaram perto de mim, nada mais importava... Só queria sentir teu cheiro, contar teu dedinhos, estas coisas que mães malucas fazem... Mas logo te levaram. Você precisava ser minuciosamente examinada, e a enfermeira teve a certeza que a mamãe era doida de pedra na hora que seu pai avisou que não mandaria roupas para o berçário, que eu não deixaria ninguém te vestir, esta era uma tarefa da qual eu não abria mão! E àquela hora e meia em que você ficou no berçário foi terrível filha! Queríamos você conosco, do jeitinho que você fosse... Até que entra no quarto o São Zé Luiz com um lindo sorriso tranquilizador no rosto, seguido da pediatra e de você. E na hora que ele afirmou que os exames estavam errados e você era perfeita, senti o coração explodir, e sem me importar que as pernas ainda estivessem dormentes, que a cirurgia começava a incomodar e que os dois médicos ali presentes me chamassem de maluca, te peguei no colo e ali éramos só nos duas. Não mais ligadas pelo cordão umbilical, mas ligadas e unidas pelo amor cúmplice e profundo que nada será capaz de abalar.
E Hoje Filha, 4 anos depois desta linda história, só tenho a agradecer a você por fazer parte da minha vida, por ser esta garotinha que PSIÇA desesperadamente das coisas, que pergunta ‘intendeu’ 7 .200 vezes na tentativa de nos convencer com tuas argumentações sempre muito fundamentadas, a encher nossa casa com uma peruíse que só você mesma para conseguir ter, e a cada dia encher ainda mais a vida de todos nós de alegria!
Que Deus continue te abençoando e te protegendo SEMPRE! Te Amamos demais!
Que médica louca!!!!
ResponderExcluirVc sabe, aqui entre nós, eu ando atualmente pensando, em oferecer estes exames minuciosos pra ver se tem síndrome de down, mas não vou insistir não!Ofereço por ser minha obrigação. Até pq pra mim é assim, veio alterado, vai fazer o que? Abortar por defeito de fábrica? Ai, ....ando tão contrária a esta conduta....
Parabens flor! Muitas alegrias com sua familia!!!Beijos
PS: nao se preocupe, ela vai crescer, mas, depois da adolescencia ( claro), vc voltará a ser uma das grandes certezas da vida, se não a maior.
Parabéns Nine, tudo de bom pra vc!!!!
ResponderExcluirBjos
Ana
Parabéns Nine, tudo de bom pra vc!!!
ResponderExcluirBjos
Ana
Ahhh Roberta, que lindo! Que história liinda. Quase chorei de emoção! Que Deus abençoe a vida da sua filhinha tão linda!
ResponderExcluirBeijos!
Nossa amiga, eu nem sabia de nem 1/3 da história! Que coisa! Parabéens pra ela e pra vc, pela superação, força e paixão.
ResponderExcluirNo mais, concordo com a Lo, aí acima. Passada com essa médica...
Domingo comemoraremos em grande estilo! Um beijo imenso nela!
Que susto, hein Beta!
ResponderExcluirQue gravidez louca!
Graças a Deus agora está tudo bem e a bebê está aí, linda, gulosa e saudável.
Parabéns para ela!
Bjs!
Que linda história Beta, parabéns p/ vcs pela filhota...bjs !
ResponderExcluirOi Roberta,
ResponderExcluirque post mais lindo... quanto amor nas palavras! Como seu bebê-grande está lindo!!!
Pois é, imagine eu ouvindo do meu bebê que "gosta de homens com tatuagens"...quase morri do coração. rsrsrsrsrs...
Beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
http://twitter.com/@kitaferreira
e eu vi tudo isso acontecer...e eu sempre soube que vc não tinha nada! se cuida menininha! =)
ResponderExcluirAh, e sua cesarea foi SUPER bem indicada!Necessaria. Indispensavel.
ResponderExcluirNao sou a louca do parto normal nao. Acho, apenas, que esta opção deve ser mais vista pelas mulheres. Ate pra fazerem a decisao consciente.
E, no final, o que importa é o binomio: mae e filho.
Todos bem!É isso que se espera.É assim que tem que ser.
Mae satisfeita.Criança saudavel.
E nada de se pensar ou se falar em menos mae nao!
Beijosssss
Parabens!!!
Beijossss
Não consegui comentar este no dia 22, por que toda vez que começava a lê-lo, meus olhos ficavam mareados, e não conseguia concliuir a leitura. Confesso que ainda hoje, a emoção é grande, por poucos sabem o quanto sonhei em ter uma filha, e mesmo 22 anos antes de ela ser concebida, eu já falava que teria uma filha de nome Aline. Quando Roberta me falu que estava getante, tive a certeza que seria enfim a "minha" Aline. Passamos muitos momentos de sofrimento, oração igrejas evangelicas, centro espírita, igrejas católicas, sofrimentos nossos e principalmente físicos da Roberta nas mãos de uma "médica" formada em um PUC, e finalmente o São Zé, com todo o seu profissionalismo, experiência e humanidade, para auxiliar-nos no desfecho da gestação da nossa "Piguiçinha", nossa "Aline Bruna", a que "pcisa" que nós entendamos: "entendeu", entendeu".
ResponderExcluirParo por aqui pois já não consigo ler novamente.
Te amo muito Filha, e a você mais ainda Roberta por ter me dado esta filha maravilhosa.