Pensei muito antes de escrever este post, cheguei a escrever e em seguida descartar, começar e abandonar, pensava que era só porque escrever sobre o preconceito me machuca profundamente e hoje vejo que não, que muitas vezes fiquei com medo de escrever e de servir como ‘desestimulo’ à pessoas queridas, mas acho que chega uma hora que não dá para fugir... E só espero que com o tempo cada vez menos pessoas venham a sofrer com o maldito preconceito...
Descobrir que o Carlinhos era uma criança deficiente me abalou profundamente e na época da descoberta acreditei que nada podia ser pior do que de uma hora para outra ter que aprender a lidar com todo um mundo novo, ir contra o que médicos e terapeutas com complexo de deus afirmavam e encontrar uma forma de dar o melhor aquele menino tão carinhoso e sorridente. Me enganei...
Quando ele era pequeno, apesar de todas as dificuldades que encontrávamos, e de toda a luta da minha mãe para que ele tivesse acesso ao que havia de melhor, de toda a batalha para ajuda-lo a superar os seus limites e ir além, convivíamos muito pouco com o preconceito. Lógico que uma ou outra vez ele se mostrava presente, mas na infância do Carlinhos acho que posso contar nos dedos as vezes que fomos vitimas reais de preconceito.
Afinal ele era uma CRIANÇA linda, amorosa, sorridente, que falava com todo mundo, cumprimentava até o vira latas da esquina e certamente no nosso dia a dia era mais conhecido do que qualquer outro membro da família, éramos sempre o.... do Carlinhos... E eu com meu complexo de Polyana, quis acreditar que a vida toda seria assim... Só me esqueci que a sociedade de forma geral está programada para achar BBS e crianças ‘bonitinhos’, se são alegres então... Encantam e colocam um sorriso bobo no rosto de qualquer um.
Mas graças a Deus e ao empenho das famílias, as criancinhas deficientes também crescem e uma hora não são mais criancinhas ou bebezinhos bonitinhos, são adolescentes e adultos, e aí é que o bicho pega, já não há mais graça ou encanto, já não existe mais a ternura intuitiva pelos pequenos, passa a existir apenas um deficiente, alguém que não corresponde as expectativas da sociedade, e automaticamente os olhares mudam... Já não existe mais carinho, existe medo, nojo...
Aí sim vem o pior de encarar, a maldade humana, o preconceito cego e burro, mesmo que as vezes venha disfarçado num meio sorriso, numa gracinha.... Ele está lá, é real! E isto sim foi, é, e continuará sendo o mais dolorido! Sei que teorias pipocaram de todos os lados, blablablas de que não deviamos ligar, mas não dá o preconceito rasga a alma, dilacera...
Foi duro aprender a conviver com isto, foi difícil ver aquele menino lindo, carinhoso, voluntarioso e cheio de coragem, com muito mais determinação do que qualquer um daqueles que o julgava se sentir excluído, e se retrair... Cada um de nós reagiu de uma maneira, alguns negando, outros tentando compreender, outros brigando contra o mundo... Foi difícil fazer aquele menino lindo entender que não havia NADA de errado com ele, que havia sim MUITO de errado em quem o olhava daquela maneira...
E mais Uma vez a força e determinação do grande moleque safado venceu, e com seu sorriso, sua safadeza, seu bom humor e suas traquinagens conseguiu provar para muitos daqueles que o olhavam como um ET, que ele era apenas diferente, e se fez querido por alguns deste... Os outros? Juro que tento não pensar, ou não ligar, ou me fazer de burra ... É até bom que tenham medo de serem vistos ao lado do Linhos, eles podem o contaminar com sua sujeira. Quem perde definitivamente não é o Carlinhos... Ele como sempre vence e acalenta, aquece e acalma nossos corações.
O sorriso que vence o mundo!
Nossa, emocionante!
ResponderExcluirQue sorriso lindo e quanta força vocês tem!
Parabéns.
E não ligue pros olhares ou comentários... Você é maior que isso!
Bjos
Calu
Sabe, flor, isso serve pra todos nós.
ResponderExcluirAcho idiotas essas pessoas que ficam olhando alguém como "o diferente". Quem é igual, pelo amor de Deus?
Mas como você mesmo disse, seu irmão não perde nada. Perdem essas pessoas, que estão desperdiçando uma grande chance de conhecer um ser humano autêntico, e que com certeza não iria julgá-las com base em conceitos estúpidos.
Tenho pena dessas pessoas.
Beijo, amiga, e obrigada por abrir seu coração e sua vida pra nós de novo!
Nossa gostei muito de conhecer esta história linda de amor e superação!!! Não é fácil vencer as barreiras do preconceito, mas com convicção, esperança, fé e principalmente, muito amor tudo se torna mais fácil e simples!
ResponderExcluirPARABENS pra você e para o Carlinhos, que relmente tem um sorriso encantador!!!
Bjs e até mais!
Falou Tchau
#amigacomenta
Beta,
ResponderExcluirFaço trabalho voluntário, e não troco minhas crianças especias por nada, são cativantes, amorosas, companheiras, e principalmente livres de maldade e pré-julgamentos!
bjs
Infelizmente o preconceito, em diversas 'áreas', não só qto a deficiência, existe e sempre vai existir. A maior burrice humana, como vc bem disse. Eu como mãe de deficiente, sei que tenho que saber lidar com isso, pq assim como o Carlinhos, um dia vai crescer e se tornar um homem que entende bem o que acontece no mundo a volta. Só lamento por quem nutre esse sentimento. Desprezo.
ResponderExcluirEle é lindo!
ResponderExcluirE preconceito, como vc disse, existe mesmo. e acredito que a maneira que vcs escolheram encarar isso é muito melhor: aproximando o carlinhos de quem realmente vale a pena.
Bjs!
Beta vc me emociona, que lindo e que encantador esse sorriso. Bjs amiga linda!
ResponderExcluirRoberta.
ResponderExcluirPosts como esse mostram o outro lado do preconceito e ajudam a quebrá-lo.
Bjs
Fabi
Mulher e mãe
#amigacomenta
Emocionante seu post!!! Preconceito é uma das mazelas do ser humano. Infelizmente poucos estão livres desse mal. Por outro lado, felizmente, vivemos dias melhores hoje, com a quebra de muitos deles.
ResponderExcluirLIndo o sorriso dele!!! :)
Beijos!!!