sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

As Crias na separação

Por mais que eu tente e me esforce para fazer com que as crias encarem a separação como algo natural, que infelizmente muitas vezes acontece e que eles não são responsáveis por absolutamente NADA, não tem sido fácil para eles encararem as coisas com naturalidade e tranquilidade...E talvez isto seja uma das coisas que mais me doem...
A zebra também foi criada sem a presença diária do pai, mas a situação era absolutamente diferente, naquela época, terminamos eu estava grávida e minha zebra quadriculada nunca conviveu no dia a dia com o pai, o que tornava para ela a situação normal. Ela simplesmente não sentia falta de algo que não conhecia...
 Com as crias tem sido diferente, durante algum tempo, nos dias seguintes à separação, tentei manter uma relação equilibrada e adulta com o pai deles, queria que o impacto sob suas vidinhas fosse mínimo, apesar do show de horrores e barbaridades que presenciaram na discussão que levou ao rompimento... Mas Infelizmente, mais uma vez o ego de menino mimado falou mais alto, a incrível capacidade que meu ex tem em acreditar que TODOS são responsáveis por ele, superou qualquer possibilidade de uma relação adulta e amigável... Como coloquei no Post anterior, amei muito sim, mas infelizmente minha capacidade de perdão falou mais alto... E ainda que eu tivesse algum resquício desta capacidade, o instinto de preservação minha e das crias não pode deixar Ed prevalecer... Até porque muitas vezes a palavra e a atitude ferem e marcam muito mais profundamente do que qualquer pancada.
 Com isto a relação passou a ser inexistente, e por mais que eu jamais fale mal do pai na frente das crias, elas não são imbecis... Sentem e sabem o que está acontecendo... A Nine mantém sua postura reservada, como em tudo na vidinha dela, e talvez por isto me preocupe mais, o fato de não demonstrar sentimentos, não significa que eles não existam. Na maior parte das vezes significa que por não saber como lidar, guardam a dor e os medos para si, o que convenhamos não é legal para ninguém, muito menos para uma menininha de quase 4 anos.
HL tem alternado momento de extrema responsabilidade com extrema irritação e agressividade... Oras se comporta como se fosse ‘o homem da casa’, quer cuidar de mim, da irmã, da babá, do cachorro... Chama para si todas as responsabilidades e se preocupa com coisas que realmente não deveria estar nem passando pela cabecinha dele, outras faz malcriação do nada, se estressa a toa, briga comigo, com as irmãs e com a babá, fica de mal do mundo e da sociedade... E apesar de que, é apenas a forma que ele encontra para extravazar todo o turbilhão de emoções e mudanças que atingiu a vidinha dele, não serei hipócrita em dizer que muitas vezes não é fácil para EU manter a paciência no meio da minha dor e decepção e não estourar também com o moleque. Juro que tenho conseguido... A duras penas, mas que é difícil pakacete é!
Tenho tentado ficar ainda mais próxima, não sei se estou certa ou não mas mesmo me recusando terminantemente a falar um  A que não seja positivo a respeito do pai deles, também não os tenho enganado ou alimentado uma esperança que depois dos últimos acontecimentos é simplesmente inviável...Deixo claro que ele sempre será o pai, deixo claro que pai também erra e não significa falta de carinho, mas que não existe mais a possibilidade de voltarmos a ser casados... Que a mamãe ficou muito triste com tudo o que o papai faz e que ela tem o direito de ser feliz...
E só espero que o tempo ajude a cicatrizar a ferida dos meus pequenos, que a imaturidade do pai não os fira ainda mais, que um dia eles sintam que são prioridade para DUAS pessoas e não só para a mamãe e que as marcas não sejam muito fortes, nem muito doloridas...
 Será que este realmente é o caminho?


12 comentários:

  1. Não sei o que dizer... Que dura situação... Acho que acompanhar de perto, estar muito mais presente na vida deles neste momento é o caminho. conversar, falar que ama o tempo todo talvez possa amenizar um pouco do que eles têm sentido... E mantenha o alerta ligado sempre, pois talvez precisem de acompanhamento profissional... Sobretudo a Nine que se mantém calada diante de tudo... Os reflexos dessa situação toda podem refletir no futuro...
    Mas da sua parte, não tenho dúvidas de que o amor nunca faltará!
    Força!

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  2. Acho que essa é uma situação bem difícil mesmo.

    Pela minhas crenças e convicções divórcio nunca é solução de problemas, eles só trazem mais outros problemas que na minha opinião são mais sérios que os primeiros.

    Mas cada um sabe o que é melhor para si, e como vc disse que o pai é imaturo, vc terá que se desdobrar em 2 para poder suprir tudo que seus filhos precisam e com MUITA paciência, pois apesar de não terem culpa de nada são os que mais sofrem.

    Elaina Furlan #amigacomenta
    http://www.vidademae.net/

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  3. Que post mais sincero e cheio de sentimentos, Beta! Espero que você consiga cada vez mais ganhar forças e preencher sua vida de novos caminhos! Desejo tudo do melhor! Agora vou falar como filha de pais separados aos 3 anos de idade. Apesar de na época eu ser muito, mas muito apegada ao meu pai, como até hoje eu sou, a minha vida sempre foi paralela a dele e nunca fiz parte exatamente do seu dia a dia, até porque ele foi logo morar em outro estado e nos víamos só nas férias. Ele ligava muito pra mim, toda semana, até os meus 9 anos que foi quando ele 'casou'novamente com uma mulher extremamente ciumenta e irritante, que conseguiu me afastar dele. Mas a culpa não foi só dela. Me afastei do meu pai também porque infelizemnte minha mãe estragou com nossa relação, fazia com que eu, na época uma criança, discutisse com ele sobre pensão, mandava eu escrever cartas e ela do lado ditando tudo, ou seja, eu nunca pude ter uma relação normal com meu pai. Minha mãe falava mal dele, ao mesmo tempo amenizava, pra nunca ter a culpa deverdade. Se desse certo, ok, se desse errado, não era culpa dela, entende? Guiar os filhos numa separação é mais fácil do que após a separação, com o passar do tempo parece que dificulta mais. Que Deus ilumine seu lar, Beta! Que Ele guie seu coração para que ensine aos seus filhos que pai é sempre pai, amor é pra sempre, mas que sao duas relações opostas, a de marido e mulher, pai e filhos. Super beijo!!!!!

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  4. É o caminho sim Beta. Sinceridade acima de tudo. E vc está certíssima em não falar mal do pai diante deles embora não deva mesmo colocar panos quentes no que ele te fez. Eles tem que saber separar as coisas e vão aprender aos poucos, com muito amor e paciência.

    Força aí.

    Bjs

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  5. Toda dificuldade é pior no início. Mas já te falei uma vez e vou falar de novo: vai passar. Como vc mesma disse: tem que passar. As crianças vão superar, principalmente por vc não ficar culpando o pai na frente delas. E vc vai superar também. Tem muita vida pela frente!
    Bjs!

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  6. Oieee,

    Esta é uma situação muito, muito difícil! Acho q o caminho é sempre ser sincero sim mas, também não podemos tentar conter a dor dos pequenos, é natural doer, deixa doer, só deixe eles sabere, que vc está lá, sempre!
    Que o rompimento com o pai não significa rompimento com os filhos, e nem do pai com os filhos!
    Posso te dizer, com a experiencia de ser filha de pais separados, que dói, dói muito mas, passa!
    Muita força pra todos vcs!!

    Bjo!

    Loreta#amigacomenta;)
    @bagagemdemae
    www.bagagemdemae.com.br

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  7. Puxa, amiga! Que dureza, né? Meu casamento também não anda muito bem e muitas vezes achei que a separação era a solução. Sinceramente, ainda não sei se é ou não e enquanto isso vou tentando levar, até quando der.

    Não posso nem falar nada porque ainda não passei pelo que você está passando, mas acho que você está fazendo do jeito certo sim, está seguindo seu coração e fazendo o que acredita ser o melhor para você e as crianças.

    Torço pra que as coisas fiquem mais tranquilas por aí!

    Beijos
    Tati
    Mulher e Mãe
    #amigacomenta

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  8. Não sei se o caminho é esse. Mas é o caminho que você, no seu coração, sente que deve seguir!
    E SIGA por ele! O melhor caminho é sempre o do coração!
    Bjo e força!

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  9. Não conhecia seu blog, ja fiquei sua fã
    Meus pais se separaram quando eu tinha 15 anos e sei o turbilhão de sentimentos que envolve isso.Eu sempre quis ter uma familia papai, mamãe e filhinha mais a minha realidade também não é essa, e admiro mulheres que como você enfrentam a vida sem medo(ou pelo menos tenta né) Vivo numa situação em que o pai das crianças não mora comigo mais namoros (oque tb ta quase acabando)Mai s é complicado quando temos que nos manter forte para não deixar que afetem as crianças, e elas tb sentem que estamos sofrendo né

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  10. Pois eu acho que você está no caminho certo, encarando tudo com muita lucidez e coragem, apesar do que viveu. E não vai precisar falar mal dele, eles vão chegar às próprias conclusões. Como eu já disse várias vezes durante o processo: o importante é você, até porque você vai ser o porto seguro dessas crianças. As crianças sofreriam bem mais com um casal infeliz. CRENÇAS e CONVICÇÕES nada ajudam se não puderem ser postas em prática.
    Beijos!!!

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  11. Oi Roberta, é um momento difícil e mesmo que a gente faça as coisas da forma mais adequada, mais equilibrada é sempre um momento de muita mudança e isso abala as crianças.
    Fui filha de pais separados e de uma separação feita sem o menor cuidado com os impactos nas crianças (no caso eu e minha irmã). Diferente da forma como você está agindo. Cuidando para que as crias fiquem bem.
    Como falei no FB, aqui em casa rolou ao contrário. EU tinha vida conjugal com o pai das meninas mas morávamos em casas sepradas. Assim, quando ele chegava lá em casa já etsava pronto para ficar com a Ana Luiza. Já tinha tomado banho, já tinha trabalhado, feito ginástica. Chegava na hora que eu chegava do trabalho e a Ana Luiza da escola para ficarmos juntos. Açgumas vezes ele dormia lá, outras não. Quando ia para a outra casa era depois que a Ana Luiza tinha dormido. Quando a Ana Luiza fez 6 anos e eu estava grávida da Sofia, compramos um apartamento maior e o custo de manter 2 ficou muito alto. Então fomos morar na mesma casa. Com essa tranquilidade de já estar em casa, o pai acabou ficando menos presente. Chega e aí vai para a ginástica, depois toma banho, depois relaxa, depois trabalha em casa ... Bom, isso abalou a Ana Luiza, fui chamada na escola e coisa e tal. Jamais imaginei que o fato de irmos morar na mesma casa pudesse grar alterações. Para ela mudamos a vida dela. O importante é trabalharmos essas mudanças porque elas vão acontecer na vida e nem sempre vão ser da melhor forma.
    Você, juntos, com amor e carinho vão superar essa fase difícil.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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  12. Beta, acho muito bacana vc não interferir na relaçao das crias com o pai. Ele sempre será o pai deles. Só o tempo fará com que eles saibam quem é realmente o pai.

    Toda separação é complicada no início. Os filhos sentem. Lógico. Mas nada como o tempo para resolver. Logo as suas crias verao que não dava para continuar como estava. Que vc merece buscar a felicidade.

    Um beijão

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Apesar de falar mais do que o homem da cobra, adoro quando vc também consegue falar! Então saí da moita e Pitaca a vontade...