sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Amigas

Nos últimos tempos tenho sido brindada pela vida com o que de melhor o ser humano possa possuir AMIGOS. Sempre estive rodeada de pessoas essencialmente do bem, amigos de perto, de longe... Mas ultimamente a vida tem me brindado com pessoas realmente especiais!!!
Algumas são amigas de longa data que a vida se encarregou de levar por caminhos diferentes e que o destino tratou de reaproximar, e aí é hora de rir das molecagens de adolescência, falar mal de uns tantos, defender outros tantos e perceber que apesar de mulheres continuamos as mesmas meninas com vontade de ser feliz!!!
 Outras são amigas recentes, que o trabalho ou a internet tratou de aproximar, mas que nunca serão amigas de trabalho ou amigas virtuais, este foi apenas o meio que o destino encontrou de nos aproximar.
 Como qualificar de amiga de trabalho, uma criatura com quem você gargalha, faz programa de mulherzinha, fugindo da gerente capeta para vadiar almoçar no shopping e discutir sobre a vida, a próxima coleção primavera/verão, o bonitão da TV, o comportamento do filho, o ex que engravidou a amiga.. o próximo projeto da empresa? É amiga prontoacabou!
E pior como qualificar de amiga virtual, aquela com quem você compartilha sua vida, até mesmo seus segredos/tabus de família, que quando você tem um problema pela frente vc para e pensa, ops, como ela resolveria isto? Que você deseja que seus filhos e maridos se tornem amigos? Que você imagina na balada se acabando ao som do Sidney Magal do lado dela? Ou Aquela que em poucas horas de conversa você ri mais com ela do que assistindo todos as filmes dos Trapalhões ao mesmo tempo? E Ainda aquelas com as quais você compartilha seus medos, suas duvidas, erros e acertos como mãe? ISTO É REAL, apenas o meio é virtual é Amiga de VERDADE prontoacabou!!!
E graças a todas estas AMIGAS, a vida se torna mais leve, mais divertida e por pouco vc não é retirada do metrô de camisa de força, pois acabou de ter uma crise de riso, lembrando aquela conversa, seja no PC ou na caminhada na beira da praia. Bãodemais!!!!

Imagem daqui:http://melissaaparecida.tumblr.com/post/960793188/areuhappy-para-mim-atualmente-companheirismo

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O dia em que ensinei minha filha a assaltar

Eram pouco mais de 11 da noite, eu assistia TV jogada na cama enquanto marido cochilava na sala assistindo um dos inúmeros jogos do Araripora X Macieirense ou qualquer outra joça do gênero que a Sky cisma em repetir 9 trilhões de vezes.  A fome da noite começava a incomodar e eu a caraminholar sobre o que ia inventar para comer antes de dormir.
Nine entra no meu quarto, e num quase miado solta: “mamãe não consigo dormir posso ficar um pouquinho com tu?”, fico de chameguinho com a caçula, niqui os olhinhos dela encontram um pacote de Club Social ao lado da minha cama e vejo aquele brilho característico do alerta: “FOME, FOME, FOME, FOME”. Chego a pensar em oferecer o biscoito, mas a idéia sórdida domina minha cabeça: “acho que ela já está na idade”!!!!
Pergunto se ela quer aprender uma coisa muito legal e sacando que vinha molecagem, dá um sorriso safado e responde: “com Tu mãe?”, pego minha pequena e pé ante pé, para não acordar os meninos, vamos para a cozinha, abro a geladeira e sem o menor pudor preparo dois pratos com a sobra do jantar, arroz, bife, purê e tomatinho picado... Enquanto o micro ondas se encarrega do trabalho arremato a traquinagem com dois copos de Coca-Cola.
Pequena logo percebe que aquela é traquinagem das grandes e começa a olhar cheia de risinhos cúmplices, voltamos para o quarto pé ante pé, cada uma carregando seu prato e seu copo de Coca, no silencio mais absoluto para não acordar o chato pai, que continua seu cochilo sofazistico.
Quase no final da refeição somos surpreendidas pelo chato pai, e lóoooooooogico que tivemos que aturar seus 15 minutos de ranzizise, acabei de dar a refeição para minha pequena, e fui  colocá-la na cama  certa de que na volta ouviria mais 15 minutos sobre a importância de manter a rotina de alimentação das crianças, blábláblá, whiskas sache.
Acabei ganhando meia hora de sermão do marido, algumas calorias a mais, um beijo e um eu te amo, cúmplices de uma menininha que acabara de aprender e de fazer arte com a mamãe e a certeza de que nada será capaz de pagar estes momentos de pura molecagem cúmplice que faço questão de manter com os moleques.
Marido continua pertubando que agora iremos atacar em quadrilha...KKKK

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Câncer e eu

A primeira vez que tive contato com o câncer foi no final dos anos 70, inicio dos 80, era uma menininha e assisti inúmeras vezes o filme: "Um Dia de Sol" (Sunshine, 1973, de Joseph Sargent), mamãe adorava o filme, eu achava a história emocionante e assistíamos juntas todas as vezes que ele passava na TV, jogadas sob a cama dos meus pais, comendo besteira e falando sem parar.
 O Filme contava a história de uma mulher jovem, casada com seu grande amor, com uma filhinha pequena e que descobria ter câncer no joelho, e começava a gravar uma série de fitas para deixar de recordação para que a filha a conhecesse. Lembro que em determinada parte do filme era dado a ela a opção de que cortasse a perna para tentar se curar, e ela recusava. Neste ponto invariavelmente eu e mamãe discutíamos, e o tema era sempre o mesmo, mamãe achava que ela estava certa em não se deixar mutilar, e eu achava que ela não tinha o direito de morrer e deixar a filhinha longe dela. E sempre ao terminar o filme eu relatava a raiva que eu tinha daquela doença que roubou a mãe da menininha.
Os anos se passaram, eu cresci, vi inúmeros outros filmes, alguns Cult, muitos água com açúcar e em 1994 dois dias após descobrir que carregava a Zebra em meu ventre recebemos a notícia que minha avó, dinda, exemplo de vida, matriarca da família estava com câncer no fígado, o médico foi direto e deu no máximo 4 meses de vida, ela não teve nem a oportunidade de tentar lutar contra a doença que já havia tomado seu fígado por completo. A família praticamente se mudou para o hospital, e assistimos aquela mulher forte, que trabalhava das 7 da manhã até a hora em que o trabalho exigisse, Poderosa e respeitada por aliados e opositores em seu meio de trabalho, definhar e se consumir diante de nossos olhos sem que nada fossemos capazes de fazer para libertá-la ou mesmo aliviar seu sofrimento! Ela encarou tudo com a dignidade de sempre, e antes de partir 3 meses após a descoberta de sua doença, fez questão de abençoar a bisneta que jamais viria a conhecer.
Quase 17 anos depois do meu ultimo encontro com o câncer, por volta do meio dia recebo uma ligação de Brasília, era mamãe, relatava que o médico havia encontrado um nódulo enorme no seio esquerdo, e que a probabilidade de ser câncer era alta.  O Mundo rodou, comecei a enjoar, as lágrimas brotavam em meus olhos enquanto eu tentava manter a voz firme e falar palavras de incentivo, que não seria nada, e que se fosse estaríamos juntas.
Poucos dias e muitos exames depois veio a comprovação, um carcinoma imenso, de tipagem rara e agressivo, tomava conta do seio de minha mãe... No primeiro momento tive raiva, depois tive medo e logo em seguida me veio uma força imensa de lutar com ela contra aquela que desde minha primeira infância era a doença que sempre me aterrorizou. Perder esta luta não é uma opção válida. Sei que juntos, ela, os médicos, os filhos, a família, os amigos vamos superar e vencer este obstáculo. Entretanto a certeza da cura e da vitória final não torna as batalhas menos dolorosas. Apesar da distância física que nos separa ela sabe que estou incondicionalmente ao lado dela para tudo e para qualquer decisão que ela tome, mesmo que uma hora seja desistir de brigar...
E hoje, tantos e tantos anos depois, me sinto novamente como aquela menininha de 6, 7, 8 anos... E só queria poder me teletransportar para Brasília e novamente me deitar na cama dos meus pais e escutar a risada gostosa da minha mãe quanto eu afirmava que jamais deixaria esta doença boba levar alguém que eu amasse

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A opção de ter opção

O que me incomoda nas relações humanas, não são as imperfeições, erros, ou diferenças na forma de pensar. O que realmente me incomoda e a força do “TEM QUE:” Ditaduras sejam elas quais forem me irritam profundamente. Saímos da ditadura de que a mulher Tinha que ser mãe, dona de casa, saber cozinhar, lavar, passar, costurar, cuidar de menino, ser decoradora, mulher e submissa, se contentar com um vestido novo ao ano e economizar na padaria para ter direito a um pó de arroz, o homem era o Senhor todo poderoso a quem todas as vontades tinham que ser prontamente atendidas. Absurdo? Obvio que sim... Não suportaria viver desta forma, e admiro as mulheres que se rebelaram e foram à luta para serem acima de tudo respeitadas!
 Entretanto caímos em outra ditadura igualmente desumana e cruel, onde a Mulher continua “TENDO QUE:”, entretanto agora temos que fazer faculdade, mestrado, doutorado, sermos profissionais competentes, ganharmos tanto ou mais do que nossos parceiros, sermos belas, magras, exuberantes... Igualmente massacrante.AFF! Cansei só em escrever e não para por aí.
Para piorar um pouco, o mundo moderno nos agregou ainda mais cobranças: Se você tem babá é uma péssima mãe (e como ser a toda poderosa aí de cima e não ter babá? Pode desenhar para que entenda, por favor!!), Se não tem e cuida de seus filhos é uma desocupada sem formação.
Seus filhos não podem comer bala, chocolate, comer fritura, açúcar, ovo, carne vermelha e mais um monte de outras coisas! (oi? Estou criando crianças ou Coelhos?) !Se você OPTA por não trabalhar e se dedicar à família é uma frustrada, empregada doméstica de marido que vai ser chutada a qualquer hora. Agora se você Opta por ter uma carreira, investir nela e ser feliz, você é uma mãe e esposa de merda  relapsa, seus filhos serão pessoas inseguras e imaturas, e seu marido arrumara uma amante em 5,4,3,2,1...Parto tem que ser Normal e de preferência sem analgesia pois a dor transforma e liberta!!!
 Epa! Calma Lá? Cadê o caminho do meio? Onde está o bom senso? Tenho babá sim, mas jamais terceirizaria a criação dos meus filhos, faço questão de levar ao médico, ir à reunião de escola e até mesmo me dar ao luxo de faltar uma tarde no trabalho para ficar jogada na cama comendo pipoca e assistindo TV com eles ou assistir a aula de futebol, e só faço isto porque me dá prazer, me faz feliz! Me recuso a dar os remédios do meu marido ou a controlar a quantidade de doces que come, porque acho que ele é adulto é tem que saber a hora de tomar o remédio e a manter a diabetes sob controle! Mas amo ir para a cozinha nas quartas depois de um dia cheio de trabalho só para vê-lo sorrir com seu prato predileto! Como e dou pros meninos comerem frituras, chocolate, McDonalds, brigadeiro, refrigerante e não obrigo o HL a comer feijão! Mas amamos sucos naturais, cenourinha ralada, tomatinho picado (se for orgânico realmente é o céu) e se bobear e um pouco de boa vontade rola até um ‘verdinho’ no meio da comida! Todos os meus partos foram cesáreas, e garanto que foram absolutamente diferentes um dos outros, no do HL por ex, amaldiçoei a inventora da cesárea e queria ter virando índia, parido no meio do mato, cortado o cordão umbilical com os dentes e comido a placenta, certamente sofreria menos. No da nine, abençoei todos os cesaristas da humanidade, em 4 dias já carregava os meus dois BBs pela casa e com 10 dias estava Eu, Nine, HL e Papai apreciando um bloco de carnaval em plena Av. Atlântica! Mas todos me levaram as lágrimas e fizeram nascer uma MÃE!
Eu faço as MINHAS OPÇÕES ,e se a sua OPÇÃO for seguir qualquer uma das ditaduras supostamente impostas pelas regras da boa maternagem, ou da profissional de sucesso, ou mesmo da Amélia que era mulher de verdade ainda assim irei te aplaudir de Pé. Pois só quem é capaz de fazer OPÇÕES é capaz de ser realmente feliz!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mini Ogrinho? Será?

Sexta-feira, meio da tarde e começa o enjôo característico, logo em seguida a dor na têmpora esquerda, um pouco mais e as luzinhas alucinógenas começam a piscar freneticamente diante de meus olhos. Finalmente experimentei os Cogumelos Australianos? NÃO, continuam bem guardados, mas era ela e terrível, a temida ENXAQUECA!!!!  Desta vez a bendita logo se tornou nível 9 e em pouco tempo estava infinitamente mais zureta que o normal.
Chego a casa, passo direto por menino, cachorro, gata e babá e sem sentir me jogo na cama no breu absoluto implorando que o mundo acabe numa jarra gigantesca de suco de melancia, eis que logo em seguida me surpreendo com HL, entrando nas pontas dos pés, e quase num sussurro perguntando?
“Mamãe, vc ta bem?” ao ouvir como resposta que estava numa crise horrível de enxaqueca meu pequeno prontamente me dá um beijinho super delicado na mãe e se prontifica:
“Deixa eu te ajudar mamãe. Vamos tirar este sapato, agora levanta um pouquinho a cabeça para tirar o crachá, agora os óculos escuros mamãe, que não é de manhã” enquanto falava baixinho ia realizando delicadamente as ações que descrevia... Me deu mais um beijinho e em seguida saiu do quarto. 
Nesta altura já estava encantada ao ver o quanto meu mini ogrinho conseguia ser carinhoso e delicado, mas consegui ser ainda mais surpreendida, minutos depois ele entra novamente no quarto trazendo a irmãzinha pela mão e ao chegar ao meu lado solta “Nine, agora dá um beijinho na mamãe, mas bem devargazinho que ela precisa de carinho para esta enxaqueca boba ir logo embora...”
E a sequência de carinhos se repetiu noite afora, a cada 10 minutos entrava perguntando baixinho se eu precisava de alguma coisa, se eu estava bem, como podia ajudar e o auge foi quando o moleque levanta no meio da madruga e vai até o meu quarto, ao me ver acordada apertando a cabeça com as mãos, prontamente me deita : “ mamãe, fica quietinha, deixa eu fazer massagem no seu pezinho que logo a dor vai embora” Tentei protestar que estava bem e que ele deveria ir dormir, mas nada demoveu meu pequeno mini ogrinho, e começou a massagear meus pés até que finalmente eu adormecesse. Ainda com dor, mas com a alma sorrindo...
 Sim, meu pequeno Ogrinho ficou velando meu sono até de manhã cedinho, quando papai acordou e ao procurar menino no quarto não encontrou ( Marido dormiu na sala pois o movimento dele no colchão retumba em minha cabeça enxaquecosa), encontrou ele no nosso quarto, adormecido sentadinho no chão, cabeça apoiada na cama e meus pés ainda no meio de suas mãozinhas.
 Snif snif snif... agora vô ali enxugar as lágrimas que meu ogrinho realmente conseguiu me emocionar desta vez

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Um pouco de muita coisa, ou quase nada.

  Acordo cedo, para variar correndo e atrasada, enquanto tento dar um jeito na juba, rola o chamego matutino normal de todos os dias, filhos prometem fazer gol para mamãe na aula de futebol, Juram que não vão se matar brigar, e no meio do corre-corre Hugo Leopoldo me agarra pelas pernas, olha com olhinhos marejados e solta com voz melosa: "Mamãe fica em casa comigo, só hoje, por favor.... " Coração aperta, mantenho a pose de forte, abraço meu menino e me vejo obrigada a dizer NÃO, enquanto o coração grita: SIM, SIM, SIM um passito para frente Maria!!!
Chego ao trabalho em cima da hora, para variar um pouquinho, o servidor não colaborou e até aquele momento só carregou metade dos trocentos e vinte cinco trilhões de registros que ficou processando na madrugada, espaço em disco estoura, e a trouxa aqui  tenho que explicar a mais elementar lei da física: dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, para quem deveria estar cansado de saber disto, criatura tenta se virar em mil e desenhar para enfim conseguir finalmente se fazer entender, e começa a rezar para que lhe concedam o espaço necessário a tempo de não comprometer muito, o cronograma do projeto!
Alguns segundo de sossego, niqui lembro que hoje é quinta, dia 22 e que dali a algumas horas, mamãe estará com o cirurgião para enfim marcar a data da mastectomia. Cabeça começa a rodar, será que velho babão  papai vai lembrar de perguntar tudo? Porque não fazer outro PET antes da cirurgia? Será que realmente o doido cirurgião vai fazer a mastectomia radical bilateral? E o útero? Será que vai topar tirar tudo na mesma cirurgia? Eu heim, é um monte de louco, cirurgia grande demais, aberta demais, prolongada demais, com anestesia demais, gosto não, tenho medo... E depois a recuperação? Que vai conseguir amarrar manter a louca mamãe sem querer carregar o Carlinhos que já tem corpo de homem de 21 anos de um canto pro outro fazendo força e estourando os pontos tudo?
Converso com meus botões, quero esconder de mim mesma que estou com medo, olho para o relógio e o tempo não passa, ela deve estar entrando agora na sala do médico, TICTAC, TICTAC, TICTAC, o relógio hoje está de mal comigo, olho para o celular penso em ligar para meu pai e na certeza de levar um esporro passa fora menina, por estar atrapalhando a consulta, desisto guardo o celular e me acabo numa barra de diamante Negro AND 25 balas Juquinha.
E o Regime? Bem, eu realmente PRECISAVA de uma barra de Diamante Negro, as Balas Juquinha? Putz,tem gosto de Infância e hoje eu realmente queria estar lá praça jogando futebol com meus moleques...
 Resultado, deixei de perder alguns gramos, adicionei algumas calorias, mandei a dieta as favas,  mas ganhei em carinho, e reativei minhas forças para me jogar dicum força na brincadeira de luta com os mininutudu logo que chegar em casa!!!

A prevenção é fundamental no combate ao câncer de mama!!!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Por que Eu Odeio Quarta-Feira

Eita diazinho mais ou menos que só serve para encher o saco!!!!  Realmente eu odeio a quarta-feira!!!
Na Quarta-Feira:
·         Estou terrivelmente cansada da segunda e da terça e para piorar ainda sei que tenho a quinta e a sexta pela frente;
·         Sempre estou mega ultra cansada e chego tarde ao trabalho depois de ter ficado assistindo A fazenda e SVU na TV até de madrugada;
·         A programação da TV invariavelmente é uma porcaria, 527 Canais passam jogo, 235 séries chatas e os outros 1278 canais da TV a cabo passam coisas chatas e/ou desinteressantes na TV;
·         Marido chega cedo em casa e sempre quer que eu vá para cozinha fazer comidinhas que ele goste;
·         Todos os doces que fiz no FDS já acabaram e tenho que me contentar com uma mera taça de gelatina; saí deste corpo que isto não me pertence mais, no máximo rola ¼ de maçã quando estou prestes a desmaiar;
·         Estou cansada demais para conseguir me concentrar e ler os 3 livros ainda virgens que me esperam na prateleira;
·         Sei que ainda tem quinta e sexta pela frente antes do abençoado fim de semana se fazer presente!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Diferente é exatamente Igual

Uma de minhas maiores preocupações como mãe, sempre foi, a de educar minhas crias para serem antes de tudo independentes e livres de preconceito! Senti e sinto na pele o quanto um preconceito bobo pode dilacerar a alma de alguém, e sempre me preocupei para que meus filhos não fossem capazes de cometer um ato tão sórdido.
No Início deste ano cheguei a me preocupar seriamente com isto, no caminho para a ex- escola das crianças, sempre passávamos por um rapaz que tinha necessidades diferenciadas, e me incomodava muito o olhar que meus pequenos lançavam para ele. Todo dia era o mesmo blábláblá nos ouvidos dos pobres, que o tal rapaz não tinha nada demais, nem de menos, que ele era só diferente deles, que era feio o tipo de olhar que eles lançavam, que a mamãe ficava triste, whiskas sache, patati e patata. Mas nada surtia efeito e isto começou realmente a me deixar muito irritada com os pequenos!
 Niqui eu resolvo colocar silicone, uma semana depois me estabaco de peito no chão, merece outro post, abro todos os pontos e minha Mãe literalmente voa de Brasília para o Rio para socorrer a filha destrambelhada machucada, e lógico que junto vêm o Mister Rua Carlinhos... Logo que eles entram, eu congelo por instantes e meu olhar inconscientemente vai para os pequenos, juro que se derem aquele olhar arranco um fígado e um baço analisar como reagem e vejo o olhar começar a surgir, o sangue sobe, mas antes que alcancem a minha cabeça de louca furiosa e minhas mãos alcancem os santos pescoçinhos, vejo o menino sorriso ir  em direção deles  e simplesmente beijar e danar a falar.... E como falaram... O Carlinhes foi de pronto compreendido e era difícil conseguir separar aqueles três malucos. (Santa mãe que segurava a onda dos meninutudo e ainda cuidava do meu peito arreganhado).
Logo em seguida que eles voltaram para Brasília e a rotina da escola recomeçou, encontramos de novo o rapaz caminhando na rua da escola e a reação já era diferente, o olhar já não existia mais no lugar dele apareceu um “Oi Tudo bem?”. 
E comecei a respirar aliviada e envergonhada, percebi que o preconceito estava na MINHA cabeça doente, maluca e insana, que na verdade os meninos só olhavam o que não conheciam, que tinham tido pouca ou nenhuma oportunidade de conviver com o diferente já que me exilei , mudei para o rio quando o Hugo tinha apenas 7 messes e a Aline ainda era um projeto distante.
E talvez por isto hoje eu seja a maior incentivadora da inclusão e na realidade nem tanto pelo especial (realmente odeio este termo, um dia encontro outro, mas não agora que tô com preguiça!), mas principalmente para o ”normal”. Pois estes sim precisam vivenciar para perceberem que apesar do outro fazer as coisas de forma diferente, são exatamente iguais em sua essência e é isto que realmente importa. Tenho certeza que se esta convivência entre normais e especiais fosse mais incentivada, por todo mundo, Sim amiga dona de casa, muitas vezes é a família do especial que evita o contato, por medo, vergonha, preconceito ou sei eu lá o que, certamente algumas das cicatrizes que hoje caminham comigo não existiriam.
E hoje morro de orgulho quando vejo que atualmente o boneco predileto do Hugo Leopoldo é um boneco de Trapo que ele obrigou a tia Eliene (faz tudo que me tira da senzala dois finais de semana por mês) a costurar muletas e que carrega para todo canto afirmando ser o super-herói que vai protegê-lo do Tio martelo (irmão do bicho papão)!
 E o que vc acha de dar bonecos diferenciados para seu filho começar a descobrir que o diferente é exatamente igual?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Meu primeiro amor eterno

Há exatos 21 anos e 20 dias conheci meu primeiro grande, incondicional e infinito amor, o Carlinhos... Chegou neste mundão chorando baixinho, respirando fraquinho e mesmo tão minduinho já veio mostrar que era um garotão guerreiro, bravo, destemido e disposto a superar todos os obstáculos que a vida iria lhe apresentar.
Os primeiros dias cercaram a família inteira de uma apreensão terrível, vê-lo ali na UTI neonatal  lutando pela vida colocou a todos num compasso de espera e só conseguimos respirar aliviado quando ele venceu aquela batalha e foi para casa... Ele foi crescendo enchendo a casa com aquele tipo de alegria que só os bebês são capazes de transmitir e aos poucos percebemos que ele não se desenvolvia como os outros bebês... Mamãe brigava com o Pediatra que insistia que ele era apenas um bebê preguiçoso, enfim quando ele tinha pouco mais de um ano ela encheu tanto o saco do pediatra que saiu do consultório  com uma  guia solicitando um Eletroencefalograma.
Quando o resultado do exame saiu veio então a notícia que transformaria a vida de todos nós a partir daquele dia e ainda hoje quase 20 anos depois sou capaz de ouvir com clareza a voz do meu pai falando: “Roberta, ele tem Paralisia Cerebral.” Minha alma rasgou e saí caminhando sem rumo, por mais que eu tentasse as controlar as lágrimas brotavam dos meus olhos e eu só conseguia pensar: Porque ele?  Porque não eu? E sinceramente naquele momento achei que Deus era o ser mais feladaputa  injusto que eu conhecia.
Tive medo, medo do desconhecido, medo do que ele iria enfrentar e principalmente medo das discriminações que iria sofrer... E novamente meus pais seguraram todas as barras e foram em busca das respostas que todos nós precisávamos e todos tínhamos medo de ouvi-las.
No principio tudo era muito negativo, os prognósticos os piores possíveis, as informações disponíveis mínimas... Só diziam que ele nunca andaria, nunca falaria, nunca largaria as fraldas, nunca aprenderia a ler... NUNCA, NUNCA, NUNCA!!!! Só esqueceram de avisar isto para ele e para minha mãe, que esta sim NUNCA DESISTIU... E hoje ele anda, com algum esforço e devagar, mas é o cara mais rueiro que conheço! Fala, o carlinhes como chamamos, mas basta 5 minutos em sua companhia para aprender esta língua linda, e como fala! Aposto que chega a ter câimbras na língua!!! Não usa fraldas e nunca faz xixi na cama, nem com campeonato de cosquinhas! E realmente não lê, mas quem precisa ler quando se tem o Sorriso mais generoso do mundo?
 E aos poucos o desconhecido foi se tornando conhecido, ele enfrentou todas as lutas com garra e determinação sem nunca se dar o direito de desistir, as discriminações realmente vieram e posso falar sem medo de me enganar que estas sim doeram fundo nele e em nós, principalmente quando partiram de pessoas que diziam gostar dele, e certamente cada vez que ela se fizer presente irá fazer a alma sangrar, mas ele novamente foi forte, belo e grande e com seu sorriso provou o quanto estas pessoas eram pequenas e infelizes... Ele superou e supera todos os dias as limitações que sua condição impõe. Ele sempre vai além e indo além nos mostra que também não temos o direito de desistir.
Hoje 1142 km nos separam, mas a distância entre RIO e Brasília deixa de existir no momento em que o ouço dizer brincalhão: ‘OI, Ecaaaaaaaaaaaaa’ e aí todos os infortúnios do dia ficam para trás e só consigo agradecer ao mesmo Deus que um dia chamei de feladaputa injusto, por ter me presenteado com a convivência com alguém tão grande quanto o nosso Carlinhos!!!!

A Zebra

Zebra, Zebruxa, Zebra quadriculada, ou simplesmente Camila. Menina mulher que no auge dos seus 16 anos está aborrecendo, e só hoje como mãe percebo que Adolescer é um processo que dói.  E mesmo sem querer sou jogada num flashback maluco onde o tempo caminha de forma aleatória e minhas próprias memórias de menina se confundem com as memórias de mãe e de mulher.
Lembro que durante um período, minha mãe também foi minha pior e maior inimiga, tudo e nada era ocasionado propositalmente por ela com o único intuito de foder  encrencar com minha vida, e com o passar do tempo a clássica  praga frase de mãe: “quanto você for mãe entenderá o que eu digo”. Se tornou real e palpável. E mesmo sem querer me pego pensando onde errei, e me convenço que modéstia as favas, NÃO ERREI! Em algumas ocasiões fui incoerente sim, fui mais imatura do que ela, me perdi no caminho e peguei o primeiro retorno e tentei novamente, mas ainda assim, não errei! Como sempre segui o meu coração, as minhas regras e as minhas leis, não tive medo de ser julgada, nem de colocar a cara pra bater e isto me dá a certeza que minha Zebra quadriculada no fundo ainda é aquela menina de fala mansa, jeitinho acanhado, gênio de leão com dor de barriga e que acima de tudo acredita. Acredita no hoje, no amanhã e que o impossível só está um tiquinho mais adiante...
E o Lay deste Blog é em homenagem a ela, adolescente chata que hoje me odeia com todas as forças do universo, que precisou se exilar na terra natal para equilibrar seu eixo e recuperar sua energia vital, que acredita ter todas as respostas enquanto ainda formula as perguntas, mas que sabe, sente e acredita que será para sempre minha espécie mais rara, minha Zebruxa quadriculada e que sempre estarei com uma xícara de Nescau quente preparado, pronto para acolher, acarinhar, confortar, brigar, Bullynar, encher o saco e rir junto... Muito, sempre!

Ah, e sim, continuei te chamando de zebra quadriculada depois que vc fez 15 anos e continuarei te chamando aos 30, aos 45, aos 60, aos 75 e aos 90. E sim estarei viva até lá, ou realmente acredita que não irei ser uma velha chata e ranzinza para perturbar a vida dos meus tataranetos e proibir que qualquer deles se chame CRISLANEY....


Zebruxa Quadriculada

Começo

E aqui começo um novo blog... Sou a Roberta; Beta para os amigos e para minha mãe; Mãe para os meus 3 filhos sendo que o Hugo Leopoldo normalmente me chama de burra mesmo; Amor para meu marido; Juliana ou chata  ou achada na lata do lixo para o meu pai; Eca para o Carlinhos e os meus inimigos sinceramente prefiro não saber como me chamam.
Sou Administradora de Banco de dados, apaixonada por administração de dados, assunto sobre o qual tento manter um blog, mas juro que falta tempo, paciência e muitas vezes motivação quando vejo meus artigos sendo descaradamente plagiados. Dá raiva!
Sou absolutamente passional, e mal humorada, para sua própria segurança aconselho não falarem comigo nas primeiras 2 horas após eu acordar, mas absolutamente otimista e com uma fé na vida, no outro e em Deus que sem duvida é o que me mantém em pé e me faz querer sempre mais.
 Atualmente minha vida insiste em se parecer com uma novela mexicana, meu Pai há anos convive com várias enfermidades graves, DPOC, Cardiopatia grave, e Leucemia linfóide crônica, e nos vivemos com uma espada rezando para que elas continuem amiguinhas não resolvam brigar entre si e nos leve aquele que certamente sempre foi nosso pior algoz e melhor amigo. Minha Mãe em maio descobriu um Câncer de mama, tipo raro, super agressivo, no momento faz quimio semanal e se prepara para uma mastectomia radical que deverá acontecer até o meio de outubro. Embarcamos nesta luta junto com ela e acreditando na cura vamos seguindo em frente... Some-se a isto todas as aventuras e desventuras de uma mulher de 3.8 que trabalha fora, cuida das crias, briga com o chefe, cultiva um casamento de 7 anos, cuida da casa, e ainda dorme com um cão cego e velho  e uma gata arteira e moleca aos pés da cama!!!
A Televisa certamente está perdendo um grande enredo, mas como em toda novela Mexicana, os momentos pastelões sempre são em número bem maior do que os de drama real. E assim tento levar minha vida, seguindo principalmente as regras e leis que meu coração ditam como certas e coerentes para mim e para quem me rodeia.