quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

e quando o medo é maior que vc?

Sim eu sei que tenho que ser forte e ‘bunita ‘para as crias, Que o natal é daqui a alguns dias e elas merecem e TERÃO a festa de natal, com direito a presente na árvore, papai Noel, rabanada e todos cantando Noite Feliz, exatamente com a mamãe me ensinou e faço questão de manter... Mas sinceramente mais preocupada do que manter uma fortaleza insistente para os pequenos, estou preocupada em manter uma mãe real, de verdade, com erros e acertos, alegrias e dores como qualquer outro ser humano... Ser mãe não me torna uma super heroína, cheia de poderes e imune a dores... Ser mãe só me torna mais responsável e não permite que eu mande TUDO para o quinto dos infernos e corra para Brasília a fim de curtir, amar e paparicar minha mãe como ela merece...
No entardecer de ontem saí para andar, respirar, estar sozinha  e quando vi estava na praia conversando e brigando com a natureza, o cosmo, deus ou seja lá o nome que tenha e por mais que eu buscasse motivos não conseguia... a mesma expressão se repetia como num vinil arranhado: ‘Muito Agressivo’, ‘Muito Agressivo’, ‘ Muito Agressivo’.... E por instantes detestei meu pai com todas as minhas forças: Como ele ousa tentar me preparar para o impreparável? Como ele ousa se mostrar tão forte e seguro quando sei que está desmoronando? E então percebi que ele também não é um super herói... É um  PAI que se tornou  responsável ao ponto de ousar proteger os filhos da dor... Que esconde sua fragilidade, pois sabe que a única coisa que ainda nos mantém em pé é a sua fortaleza.
 E então apesar da minha dor ainda não caber dentro do peito, das lágrimas escorrerem pelo rosto sem que eu tenha controle, da raiva ser maior que a razão, catei minhas havaianas, sacudi a areia e voltei para casa... Pronta para explicar para os pequenos que apesar de não ser a super heroína que eles idealizam eu continuo ali amando o suficiente para ousar tentar proteger da dor...
 Expus toda minha dor para os pequenos. Reexpliquei o dodói da vovó e como eu estava triste e ferida com tudo que estava acontecendo, que não estar pertinho dela e não poder abraça-la após cada Quimio ou Radio me deixa ainda mais triste e frágil e que neste momento estou com muita raiva mesmo do papai do céu... Juro que não sei se eles entenderam mas tenho a certeza que fui transparente com eles, e que eles sabem que a minha falta de sorrisos nada tem a ver com eles e que sim sou apenas a mamãe... Certa, errada, alegre, triste, mas sempre ao lado deles e que muitas vezes são eles sim que terão que me energizar para que eu aguente o tranco e consiga caminhar para continuar reenergizando-os e assim vamos seguindo... Num ciclo continuo apenas esperando que uma hora a vida volte para o eixo.

2 comentários:

  1. Roberta, a "lição de casa" você já fez. Se mostrar transparente é o melhor para todos nessa hora. Mãe é humana e os filhos têm que saber disso desde cedo. Respeitarão você mais do que nunca depois disso. Quanto à sua dor, já desejei forças milhares de vezes, diretamente e por pensamento, é a única coisa que vai segurar você agora. Mas se permita ter todas as emoções a que tem direito, pois é direito exclusivo seu.

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  2. Roberta, o medo é real e natural, só quem não tá vivo não tem. Até os herois tem medo. Então, você está mais que certa em mostrar pros seus filhos que você tem as suas emoções e que mesmo assim você está lá pra eles.
    E eu, aqui pra você. A minha força é pouca, mas pode se servir dela à vontade.
    Beijos de carinho.

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Apesar de falar mais do que o homem da cobra, adoro quando vc também consegue falar! Então saí da moita e Pitaca a vontade...